domingo, 3 de outubro de 2010

Revoltados com a atuação do Brasil, torcedores pedem seus euros de volta

Público protesta diante das bilheterias vazias do ginásio Palarossini

Por Carol Oliveira Direto de Ancona, Itália  
Búlgara com ingresso na mão após a partida do Brasil no Mundial de Vôlei
A indignação com a atuação do Brasil na derrota para a Bulgária, no último jogo da segunda fase do Campeonato Mundial, não se resumiu a vaias. Após levantar cartazes, virar as costas para a quadra e até passar dos limites jogando objetos na direção dos jogadores, o público italiano continuou os protestos do lado de fora do ginásio Palarossini, na cidade de Ancona. Revoltados com a falta de disposição dos brasileiros, italianos e até búlgaros correram às bilheterias e pediram seus 40 euros (cerca de R$ 95,00) de volta.

- É muito justa essa atitude - disse a búlgara Stanimira Yaneva.

Os pedidos, no entanto, foram em vão. Com as bilheterias vazias e escuras, não havia ninguém para ouvir as reclamações, por mais que se gritasse. O protesto foi apenas simbólico, mas não menos enérgico por isso.

- Não foi um jogo. Foi uma vergonha. Eles não jogaram. Enfrentaram um time quase juvenil da Bulgária. Eles são os atuais campeões mundiais, número 1. O Brasil tinha que vencer porque tem condições de vencer qualquer um - afirmou Yaneva, integrante da minoria búlgara entre os 6.050 pagantes.

Ciente da cobrança dos torcedores, Bernardinho admitiu que a situação passou longe do ideal. O técnico alegou que não poderia arriscar jogadores com o Bruninho e Murilo.

- Compreendo a situação. Foi uma partida feia. Sinceramente, estou me sentindo muito mal por isso - afirmou.

Cartaz de protesto no jogo do Brasil no Mundial de Vôlei
Na partida de sábado, o Brasil jogou sem o ponteiro Murilo, poupado, e o levantador Bruninho, que amanheceu gripado. Bernardinho precisou improvisar Theo como levantador. Sem disposição de vencer, a equipe verde-amarela foi atropelada e deixou o ginásio sob vaias e protestos.

Com o resultado, a Bulgária ficou com a liderança do grupo, e o Brasil avançou para enfrentar na terceira fase Alemanha e República Tcheca, rivais teoricamente mais fáceis do que Cuba e Espanha, que estariam no caminho verde-amarelo em caso de vitória. Além disso, a equipe não terá de passar por Florença e vai direto para Roma, que também será o palco das semis e da final.

0 comentários: