domingo, 31 de outubro de 2010

Brasil joga bem, esbanja alegria, e garante vaga na segunda fase

No Dia das Bruxas, seleção espanta energia negativa e vence a Holanda com três sets diretos para empolgar a torcida na arena de Hamamatsu

O dia era das bruxas. O uniforme branco também não inspirava tanta sorte. Do outro lado, um adversário forte, que contava com uma ajuda extra: a da arbitragem. Contra todo o clima negativo que cercava o duelo do Brasil contra a Holanda, um poderoso antídoto: alegria. Seguindo a receita do técnico José Roberto Guimarães, a seleção jogou solta em quadra e conseguiu empolgar a torcida na arena de Hamamatsu com uma vitória por 3 sets a 0 (25/19, 25/18 e 25/14). Com a vitória, se classificou por antecipação à segunda fase do Mundial.
- Foi nossa melhor partida. O time jogou bem em todos os fundamentos - disse Zé Roberto, logo interrompido por gritos e abraços das jogadoras.
Mundial de vôlei Brasil x Holanda comemoração
Com três vitórias conquistadas, a seleção chegou a seis pontos na tabela e não pode mais ser alcançada por Holanda e Quênia. Com isso, já garantiu vaga na próxima etapa. A Itália, que venceu o Quênia por 3 sets a 0 neste domingo, também carimbou o passaporte para Nagoya.
As seleções terão um dia de folga nesta segunda-feira. Sem jogo, mas com treino pela manhã, já avisou o técnico José Roberto Guimarães. Na terça, o Brasil voltará à quadra para enfrentar Porto Rico, às 2h30m (de Brasília).
Arbitragem tenta estragar a festa
Zé Roberto pediu, e o time atendeu. Ao entrar em quadra neste domingo, a seleção era outra. Sorrisos, palmas, vibração como não antes vista nas primeiras apresentações no Mundial. A entrada de Fabíola como titular, no lugar de Dani Lins, deu mais versatilidade ao ataque brasileiro e aumentou o bloqueio. A rede com a levantadora e Fabiana, maior pontuadora do set inicial, com sete pontos, foi um dos destaques do Brasil.
A equipe entrou tão bem no jogo que até Manon Flier, a principal jogadora da Holanda, sempre tão concentrada, perdeu o foco. A ponteira errou ataques e saques. Do lado verde e amarelo, Sheilla acertava a mão na rede e conquistava um ace para deixar o placar em 3 a 1. A diferença chegou a 11 pontos (18 a 7), quando o técnico holandês, Avital Selinger, pediu tempo.
Mundial de vôlei Fabiana Brasil x Holanda
Flier voltou à quadra determinada a tirar a desvantagem do marcador. Atacou uma bola com seu semblante normal, olhos fixos na bola e boca bem fechada, tensa. Mas Fabi, sem medo de cara feia, respondeu da mesma forma, recepcionando bem a pancada da holandesa. Zé Roberto decidiu, então, pôr Thaisa no lugar de Fabiana, e o time continuou pontuando, com uma diferença de nove pontos.
No entanto, um personagem roubou a cena no fim do primeiro tempo. O árbitro Dejan Jovanovic primeiro marcou um erro de formação brasileira: ponto holandês. As vaias da torcida começaram. Em seguida, Grothues sacou para fora, o juiz de linha deu o ponto para o Brasil, mas o sérvio teve opinião diferente. O som vindo das arquibancadas começou a aumentar. Mas foi no segundo erro, ao apitar toque na rede de Fabíola, que o barulho de fora da quadra ficou ensurdecedor.
Com isso, a seleção perdeu um pouco a concentração. Fabi errou na recepção, Jaqueline falhou no passe; Natália, no ataque. Zé Roberto parou o jogo. Na volta, Flier ainda acertou um saque, mas já era tarde. Brasil venceu o primeiro set por 25 a 19.
Sheilla brilha na saída de rede
A alegria continuou dando o tom do jogo da seleção. Sheilla chamou a responsabilidade na saída de rede e na comemoração após cada ponto. Por sua mãos, o time somou dez pontos até o fim do segundo set. A Holanda tentava parar o ataque brasileiro, mas era ela que não conseguia passar pelo bloqueio em dia inspirado da dupla Fabiana e Fabíola.
A diferença de pontos não passava de cinco. Flier continuou tentando arrumar um jeito de fazer sua equipe reagir, mas não conseguia. Quando Natália errou um ataque, Sheilla pegou a sobra para deixar Chaine Staelens com as pernas tortas ao falhar na recepção: 15 a 10.
Até quem estava no banco entrou bem no jogo. Em sua primeira bola, Sassá confirmou um ace. No fim, mais uma vitória verde e amarela por 25 a 18.
Holanda não oferece resistência no terceiro set
Mesmo com a sequência de pontos caindo na quadra holandesa, a seleção brasileira não perdeu a concentração. Sheilla continuou voando na saída, e Fabiana acertando a mão no bloqueio. Jaqueline, visivelmente ainda não satisfeita com sua atuação, apareceu mais no terceiro set, que chegou a ter uma vantagem de dez pontos para o Brasil.
Thaisa, com um belo ataque no meio de rede, deixou o placar em 17 a 7. Natália soltou a mão e ganhou um grande abraço de todas as jogadoras do grupo. Do outro lado, Staelens continuava tendo problemas. A ponteira se esforçou tanto para acertar o ataque que caiu de costas no chão, fazendo um grande barulho de estalo. Era o 20º ponto brasileiro. No ataque de Sheilla, a classificação para a segunda fase foi confirmada, e a alegria das jogadoras em quadra contagiou toda a arena em Hamamatsu.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Parabéns com chantilly no nariz para celebrar o aniversário de Camila Brait

Na véspera da estreia no Mundial, Natália e Fabi levam bolo a restaurante de Hamamatsu para comemorar os 22 anos da líbero reserva da seleção

O relógio no Japão corre mais rápido. Quando a seleção começou o primeiro treino na Arena de Hamamatsu já era manhã de quinta-feira, 28 de outubro, ou melhor, o dia do aniversário da Camila Brait. A líbero completa 22 anos na véspera da estreia do Brasil no Mundial, contra o Quênia. Sem desconfiar de que haveria uma surpresa para comemorar a data, ela fez um pedido ao sair da quadra para dar entrevistas:
- Ah, poderia ter um bolinho, né? Já estou acostumada a comemorar longe dos meus pais, mas, aqui, também estou com a minha família. É como se fosse igual.
Mundial Feminino de Vôlei: Hora do parabéns a Camila Brait
A vontade da líbero foi atendida. Na hora do almoço, Natália e Fabi entraram no restaurante com um mini bolo branco, com cobertura de chantilly, velas que formavam o número 22 e uma plaquinha onde estava escrito Camila em japonês.
Mundial Feminino de Vôlei: Camila Brait fica com chantilly no nariz
- Olha, que bonitinho. É igual a ela: pequeno e branquinho – disse Natália, que é a melhor amiga da líbero no grupo, já que as duas dividem o quarto em viagens.

A ponteira ganhou o primeiro pedaço. O segundo foi para a colega de posição, Fabi. Entre dedos no bolo e chantilly no nariz, as meninas relaxaram antes da estreia, mas a competição não saiu da cabeça da aniversariante na hora de apagar as velinhas.

- Nem preciso dizer o que vou pedir, né? Quero o título de presente.
Mundial Feminino de Vôlei: Camila Brait entrega bolo a Zé Roberto
Depois da brincadeira com as jogadoras, Camila foi à mesa de José Roberto Guimarães para entregar um pedaço do bolo. O clima descontraído continuou:

- É o primeiro pedaço? – perguntou o técnico.
- Não. Mas finge, vai – respondeu a líbero.
- Então, tudo bem. Vai ganhar a vaga de titular.
- Opa, se eu soubesse, tinha te dado o bolo inteiro - divertiu-se a reserva de Fabi.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Corintiana, taróloga japonesa prevê caminho duro para a seleção de vôlei

Passista em São Paulo, Yuki diz que meninas precisam relaxar mais e aposta em disputa acirrada com EUA e Holanda pelo título do Mundial do Japão

Taróloga japonesa
Sorriso aberto, vocabulário que tenta encontrar as palavras certas em português e apelido de “doida” dado pelos amigos de sua escola da samba do coração, a Gaviões da Fiel. Vestida com a camisa do Corinthians, Yuki Morishima atendeu ao pedido do GLOBOESPORTE.COM e jogou tarô para revelar a sorte da seleção brasileira feminina no Mundial do Japão. Mas a japonesa, que também é passista no Carnaval de São Paulo, não enxerga um caminho fácil para a conquista do ouro inédito. O time comandado pelo técnico José Roberto Guimarães estreia na madrugada de quinta para sexta-feira, contra o Quênia.

- A seleção está focada, mas terá um caminho difícil para chegar ao título. A Roda no jogo mostra que elas estão muito bem na parte física e técnica, mas a cabeça pode atrapalhar. Parece que estão com receio, preocupadas por não estarem com o conjunto completo. Estão se sentindo pressionadas para vencer. Precisam relaxar mais – disse a taróloga, que tem um programa todas as segundas-feiras na Rádio Phoenix, veículo de Hamamatsu voltado para a comunidade brasileira.

Yuki não acompanha noticiário de esportes no Brasil e afirmou que não sabia dos desfalques de Mari e Paula Pequeno, que, lesionadas, não poderão defender a seleção no Mundial. Mas a japonesa disse que leu nas cartas a preocupação do grupo e, principalmente, de Zé Roberto com a ausência das jogadoras.

- O homem (Zé Roberto) quer o melhor para elas, entende o que estão passando. Mas ele também precisa se cobrar menos. Aqui (nas cartas) está mostrando que ele ficou com a energia muito baixa há mais ou menos uma semana por conta de uma mulher por quem tem um carinho especial.
Há duas semanas, o técnico cortou Paula Pequeno do time por ela não ter conseguido se recuperar de uma lesão no tornozelo a tempo.

Taróloga joga cartas para a seleção
Yuki viu dois adversários fortes no caminho do Brasil. Um deles, o time verde-amarelo conhece bem. Os Estados Unidos venceram o Grand Prix e perderam a final dos Jogos de Pequim-2008 justamente para a seleção. Já a Holanda, outra equipe que, segundo a taróloga, chegará forte ao Mundial, já foi apontada por Zé Roberto como favorita ao título.

- A disputa será acirrada. Estados Unidos estão muito fortes, com grandes chances de ganhar. Já uma zebra pode entrar pelo caminho, como a Holanda. As jogadoras não estão pensando só em defender a seleção, querem aparecer no cenário mundial para jogar no exterior. Com essa motivação a mais, estão no caminho certo para vencer, assim como a Alemanha, que também tem um grupo muito unido. Rússia e Itália não são ameaças ao Brasil.
 

domingo, 24 de outubro de 2010

Após tetracampeonato, Ju e Larissa conquistam o título da etapa baiana

Parceria derrota Talita e Maria Elisa e iguala feito de 2006 no Brasileiro

Juliana e Larissa vencem a etapa de Salvador do Banco do Brasil
Após assegurarem o tetracampeonato brasileiro de vôlei de praia na última sexta-feira, Juliana e Larissa conquistaram neste domingo o título da etapa de Salvador. Elas vencerem Talita e Maria Elisa, por 2 sets a 0, com parciais de 18/12 e 18/8, e com o resultado, igualaram o feito de 2006, quando foram campeãs em nove etapas do circuito. Maria Clara e Carol completaram o pódio baiano.
Juliana garantiu que a dupla seguirá atrás do objetivo de ultrapassar essa marca até Búzios, onde acontecerá a última etapa da competição. A parceria, atual campeã mundial, só perdeu uma partida nas 10 etapas do brasileiro disputadas até o momento.
- Não queremos parar por aqui. Vamos buscar o título da próxima etapa para fechar com chave de ouro esta temporada que está sendo inesquecível para nós. É um momento muito especial - disse a jogadora.
Juliana e Larissa vão se preparar agora para a etapa de Vila Velha, no Espírito Santo, entre os dias 10 e 14 de novembro. Elas encerrarão a participação no Circuito Brasileiro e na temporada na etapa de Búzios, no final de novembro, no Rio de Janeiro.
- Entramos em quadra motivadas pela conquista do título brasileiro e pela possibilidade de igualar nosso feito em 2006. Estivemos em um ótimo dia e tudo deu certo. A etapa de Salvador vai ficar guardada em nossas memórias por todas as emoções que vivemos aqui. Vamos nos lembrar com carinho desses momentos. Trabalhamos com dedicação e chegamos aos nossos principais objetivos na temporada. Estamos com vontade redobrada de buscar as próximas metas - afirmou Larissa.

sábado, 23 de outubro de 2010

FOTOS: campeões mundiais de vôlei são recebidos por Lula em Brasília

Presidente dá os parabéns aos jogadores do Brasil e brinca com medalha

vôlei - presidente lula e seleção brasileira no planalto
vôlei - montagem presidente lula com seleção brasileira

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Ano do último Mundial, 2006 é um divisor de águas na seleção feminina

Fabi teve primeira convocação para o torneio; Natália fechou contrato com o Osasco; e Zé Roberto decidiu deixar o Brasil para ser técnico no exterior

A decisão do Mundial estava marcada para 16 de novembro de 2006. Do outro lado da quadra, a seleção brasileira via um adversário que trazia lembranças de um jogo perdido no último ponto. Dois anos antes, a Rússia havia eliminado o time de José Roberto Guimarães, após estar perdendo por 24 a 19 no quarto set. O 25° ponto daria a vaga na final olímpica de Atenas-2004. Mas ele não veio, e o tie-break trouxe a amarga sensação da derrota. O tempo passou, e as jogadoras entraram com o sentimento engasgado na quadra de Osaka. Lutaram até o fim. Novamente, não deu. Mais um triunfo das gigantes europeias, e o sonho do título mundial inédito bateu na trave.
volei - brasil medalha de prata mundial 2006
Agora, o ano é 2010. Uma nova edição começará daqui a oito dias. Para tentar levar a bandeira verde e amarela ao lugar mais alto do pódio em Tóquio, a seleção quer aprender com os erros cometidos no último campeonato, mas também lembrar que 2006 não foi um ano perdido. Recordações positivas de conquistas e acontecimentos que foram divisores de águas nas vidas do elenco foram citados como motivadores em busca da medalha dourada.
Na quadra, Fabi viveu uma disputa sadia com um de seus ídolos. Zé Roberto decidiu que era o momento de Arlene, dona absoluta da posição de líbero na seleção, passar o bastão para a novata. A carioca não esquece do dia em que soube que havia sido convocada para o seu primeiro Mundial.
- Foi um momento de mudança de ciclo. Não sabia se o Zé ia me escolher para o Mundial. Tinha a Arlene, que estava muito bem também. Quando saiu a escalação, estava jantando e não vi. Um amigo (Harry Bollmann, supervisor técnico do Rio de Janeiro) me ligou e me deu parabéns, mas assim que ele falou isso descarregou a bateria do meu celular. Fiquei desesperada (risos). Corri para outro telefone e perguntei: “Parabéns por quê?”. Aí, quando ele me disse, foi só alegria – contou a líbero.
volei - natalia no osasco
Enquanto Fabi comemorava mais uma conquista em sua carreira, uma menina de 16 anos dava o seu primeiro passo rumo à seleção. Em 2006, Natália foi descoberta e contratada para disputar a temporada pelo Osasco. O encontro com jogadoras que só assistia pela televisão ficou marcado.
- Lembro que foi a minha primeira Superliga. Quando olhei, estava ao lado de quem sempre admirei, como Paula, Valeskinha. Foi uma sensação de realização muito grande.
Antes em Campos (RJ), Natália precisou fazer apenas a ponte aérea. Já Zé Roberto atravessou um oceano. A temporada de 2006 foi sua primeira no comando de um time no exterior. O técnico trocou o Unisul pelo Pesaro, da Itália, e não se arrepende.
- Um ano muito importante na minha formação, sem dúvida. Foi ali que decidi que se eu queria aprender mais sobre vôlei, teria que sair do país. Conhecer novas culturas, jogadores, saber como é a prática do esporte lá fora. Cresci muito como profissional e pessoa.
Se contar com a superstição, a seleção está bem preparada para fazer um bom Mundial no Japão. Duas situações de 2006 se repetiram em 2010. Natália teve sucesso com o Osasco, ao conquistar o título da Superliga, e Zé Roberto mudou de país, se transferindo para o Fenerbahçe, da Turquia.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Sem falar português, americano Russell Holmes chega ao Minas

Jogador da seleção americana é o segundo reforço em quatro dias

Russell Holmes , nova contratação do Minas Tênis Clube
O Minas tem mostrado disposição para reforçar o elenco para a temporada 2010/2011. Nesta segunda-feira, o americano Russell Holmes, de 28 anos, foi apresentado na equipe de Belo Horizonte. Na última sexta-feira, a equipe minastenista já havia apresentado o levantador Marlon, jogador da seleção brasileira.
Holmes também é jogador de seleção, mas da americana. O atleta esteve com o time de seu país no Mundial disputado na Itália, onde o Brasil se sagrou tricampeão. Já os americanos terminaram em sexto lugar.
Com passagens por equipes dos Estados Unidos, Porto Rico e Áustria, Holmes espera chegar ao Minas para ajudar a equipe na luta pelo título da Superliga, que terá início em novembro.
- Eu acho que posso dar o máximo de mim para ajudar esse time. Não tenho nada preparado, programado, quero mesmo é fazer parte dessa grande organização, desse time e dessa base tão boa de torcedores. Tudo que quero fazer é me integrar ao time. Sei que posso trazer meu conhecimento de jogo, preencher meu papel como meio da melhor forma que puder e conseguir entrar na química já presente.
O gigante de 2,05m minimizou o fato de não falar português – apenas um "obrigado", carregado de sotaque – e disse que o importante é que "todos entendam a língua do vôlei".
- Não falo português, mas sei que o técnico e alguns jogadores falam inglês. Mas acredito que será apenas questão de tempo, algumas semanas, até me adaptar inteiramente ao time e aos jogadores. De qualquer forma, o que importa mesmo é a linguagem do voleibol. Todos nós entendemos essa língua.
Em 2009, Holmes conheceu Minas Gerais, quando a seleção americana disputou amistosos em Uberlândia e Montes Claros. O jogador disse que se impressionou com a paixão dos brasileiros pelo vôlei e que ficou feliz ao poder voltar ao estado.
- Minhas impressões foram muito boas. Eu fiquei muito impressionado ao ver como os torcedores são entusiasmados com o vôlei. Eu fiquei particularmente feliz ao retornar. De uma maneira geral, gostei do que vi.
Embora Holmes seja um reforço visando a Superliga, o jogador poderá atuar já neste fim de semana, na semifinal do Campeonato Mineiro, quando o Minas enfrentará o Montes Claros. O jogador tem contrato até maio de 2011.
Ficha do atleta
Nome: Russell Kenneth Holmes
Posição: Meio de rede
Data de nascimento: 1/7/1982
Local: Anaheim, Califórnia (EUA)
Peso: 95kg
Altura: 2,05m
Equipes: Brigham Young University-EUA (2003/2008), Changos de Naranjito-PRI (2008) e Hypo Tirol Innsbruck-AUS (2009/2010)

Cortada da seleção, Paula Pequeno chega ‘fominha’ ao Vôlei Futuro

Ponteira não esconde a ansiedade na apresentação ao novo clube nesta terça

Paula Pequeno e Zé Roberto - Treino da seleção brasileira feminina de vôlei
Cinco dias após ser cortada da seleção brasileira, Paula Pequeno virou a página. A ponteira não vai disputar o Mundial feminino, no fim deste mês, por causa de uma lesão no tornozelo esquerdo. Mas mostrou otimismo ao se apresentar nesta terça-feira ao Vôlei Futuro, de Araçatuba, equipe que vai defender na próxima edição da Superliga.
- Estou muito ansiosa para voltar, sou fominha mesmo, quero sempre jogar e sou assim desde que decidi o que era o voleibol na minha vida. A maneira como eu estou encarando esta contusão é muito positiva. Estou propensa a passar por isso, e esta situação se torna mais fácil para mim. Cada vez respeito mais meu corpo – afirmou a jogadora, que jogou a última temporada na Rússia e agora está de volta ao Brasil.
A apresentação de Paula foi feita na Unidade de Performance e Reabilitação Física e Esportiva da equipe, no interior de São Paulo. A jogadora elogiou o clima no elenco.
- As meninas estão jogando felizes, comprometidas, focadas, e isso é muito bom de se ver. Tem times que são campeões mas não são unidos e aqui eu percebo que é e vai ser diferente – disse.
O técnico William Carvalho, que também estava na entrevista coletiva desta terça, se mostrou confiante na recuperação da principal estrela do elenco.
- Conversei com a Paula e ela está muito animada e focada na recuperação, mas não vamos nos precipitar para colocar a Paula em quadra. Ela está forte fisicamente mas ainda não está apta para jogar uma partida inteira. O importante será esse dia a dia com o grupo, conhecendo as outras atletas e fortalecendo a equipe – explicou.

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Sem muletas, Bernardinho volta, e
Rio apresenta seu novo uniforme

Após ser tri mundial, técnico quer agora se atualizar no vôlei feminino

vôlei - bernardinho, técnico do rio de janeiro
Recuperado de uma cirurgia para corrigir a ruptura do tendão de Aquiles, o técnico Bernardinho voltou nesta segunda-feira a comandar as meninas do Rio de Janeiro. Sem as muletas, que o acompanharam durante todo o Campeonato Mundial Masculino da Itália - onde se sagrou tricampeão - o comandante chegou ao treino da equipe na Urca para o lançamento do novo uniforme.
Ainda em fase de atualização sobre o vôlei feminino, Bernardinho explicou o cronograma de obrigações que terá agora á frente do time. Primeiro, ele quer dedicar o trabalho ao Campeonato Carioca, que deve começar no início de novembro, e depois à Superliga. Para a competição mais importante do vôlei brasileiro, Bernardinho já poderá contar com o time completo, incluindo as jogadoras da seleção. O treinador comentou também sobre a situação da ponteira Mari, operada para corrigir a ruptura do ligamento cruzado anterior do joelho direito.
- Com calma, vou, pouco a pouco, tomar pé de toda a situação. Vou aproveitar esse momento para observar, estabelecer metas. Quanto à Mari, o andamento do trabalho é que nos dará a noção exata de quando ela poderá voltar a jogar. É bem provável que ela já esteja com a equipe a partir de quinta-feira, após o embarque da seleção feminina para o Mundial, dando prosseguimento ao tratamento - revelou o treinador.
vôlei - novo uniforme do rio de janeiro
Segundo Bernardinho, a Superliga este ano será muito disputada. O técnico apontou os times do Vôlei Futuro e de Osasco como os favoritos, mas também botou São Caetano, São Bernardo, Minas, Pinheiros e Macaé como em um segundo escalão.
Além do novo uniforme, que era azul marinho e agora será azul royal, a ponteira Carolina também foi apresentada à equipe. A jogadora sagrou-se campeã sul-americana com a seleção brasileira juvenil no último sábado.

domingo, 17 de outubro de 2010

Conheça a seleção brasileira que vai disputar o Mundial de Vôlei na Itália

Brasil busca o terceiro título, mas muitos jogadores estreiam na competição

Em 2002 e 2006, o Brasil subiu no alto do pódio do Campeonato Mundial. A partir do dia 25 de setembro, na Itália, uma renovada seleção brasileira inicia a busca pelo terceiro título seguido. Abaixo, conheça um pouco mais dos jogadores comandados pelo técnico Bernardinho:
Seleção brasileira de vôlei Bruninho perfil
Bruninho
Posição: levantador
Peso e altura: 76 kg/1,90 m
Idade: 24
Time atual: Florianópolis

Esteve presente nas Olimpíadas de Pequim, quando o Brasil conquistou a prata, e agora faz sua estreia em Campeonatos Mundiais.

Seleção brasileira de vôlei Marlon perfil
Marlon
Posição: levantador
Peso e altura: 82 kg/1,88m
Idade: 33
Time atual: Minas

Apesar de ser um jogador experiente e ter no currículo dois títulos da Liga, nunca disputou um Campeonato Mundial pela seleção.

Seleção brasileira de vôlei Dante perfil
Dante
Posição: ponta
Peso e altura: 86 kg/2,01 m
Idade: 29
Time atual: Dínamo Moscou, Rússia

Campeão olímpico em Atenas-2004 e vice nos Jogos de Pequim-2008, vai atrás do seu terceiro título mundial.

Seleção brasileira de vôlei Giba perfil
Giba
Posição: ponta
Peso e altura: 85 kg/1,92 m
Idade: 33
Time atual: Pinheiros

Capitão da seleção, tem o ouro olímpico de Atenas-2004, a prata de Pequim-2008 e busca o seu tricampeonato mundial.

João Paulo Bravo da seleção brasileira de vôlei
João Paulo Bravo
Posição: ponta
Peso e altura: 87 kg/1,96 m
Idade: 31
Time atual: Arkas Spor, Turquia

Fez a sua estreia com a camisa do Brasil no mês passado, na Polônia. Nunca disputou uma competição oficial pela seleção.

Seleção brasileira de vôlei Murilo perfil
Murilo
Posição: ponta
Peso e altura: 76 kg/1,90 m
Idade: 29
Time atual: Sesi

Hoje peça-chave na seleção, participou da campanha de prata em Pequim. Campeão mundial em 2006, quer o bicampeonato.

Seleção brasileira de vôlei João Paulo Tavares perfil
João Paulo Tavares
Posição: oposto/ponta
Peso e altura: 86 kg/2,04 m
Idade: 27
Time atual: Florianópolis

Sua versatilidade atraiu a atenção do técnico Bernardinho. Vai disputar o Campeonato Mundial pela primeira vez.

Seleção brasileira de vôlei Leandro Vissotto perfil
Leandro Vissotto
Posição: oposto
Peso e altura: 104 kg/2,12 m
Idade: 27
Time atual: Vôlei Futuro

Também conhecido pelo tamanho, pode igualar o feito de Nalbert: campeão mundial nas caregorias infanto, juvenil e adulto.

Seleção brasileira de vôlei Theo perfil
Théo
Posição: oposto
Peso e altura: 80 kg/1,99 m
Idade: 27
Time atual: Suntory Sunbirds, Japão

Jogou sua primeira Liga Mundial em 2010 e agradou com uma boa atuação na final. Vai fazer sua estreia no campeonato.

Seleção brasileira de vôlei Rodrigão perfil
Rodrigão
Posição: meio de rede
Peso e altura: 85 kg/2,05 m
Idade: 31
Time atual: Pinheiros

Um dos mais experientes, conquistou o ouro nas Olimpíadas de Atenas-2004, a prata em Pequim-2008 e agora quer o tri.

Seleção brasileira de vôlei Lucão perfil
Lucão
Posição: meio de rede
Peso e altura: 102 kg/2,09 m
Idade: 24
Time atual: Vôlei Futuro

Com a aposentadoria de Gustavo Endres, assumiu a vaga de titular e vai fazer a sua primeira participação em Mundiais.

Seleção brasileira de vôlei Sidão perfil
Sidão
Posição: meio de rede
Peso e altura: 98 kg/2,03 m
Idade: 28
Time atual: Sesi

Apesar de ser presença constante nas convocações de Bernardinho, também fará sua estreia nesta competição.

Seleção brasileira de vôlei Mario Jr. perfil
Mario Jr.
Posição: líbero
Peso e altura: 91 kg/1,92 m
Idade: 28
Time atual: Vôlei Futuro

A cirurgia de Serginho lhe deu a titularidade. Na Liga Mundial de 2010, foi eleito o melhor da posição. Joga o primeiro Mundial.

Seleção brasileira de vôlei Alan perfil
Alan
Posição: líbero
Peso e altura: 75 kg/1,89m
Idade: 30
Time atual: sem time

Com uma série de lesões, sumiu do cenário por quase dois anos. Foi chamado para treinar e ganhou a confiança do técnico.

sábado, 16 de outubro de 2010

Exames apontam estiramentos no tornozelo esquerdo de Bruninho

Levantador diz que lesão não é grave e prevê uma semana de recuperação

Bruninho em visita à TV Globo
Depois de Murilo, foi a vez de Bruninho descobrir, após exames, a gravidade das lesões sofridas durante a campanha do título do Mundial da Itália. A ressonância magnética a que foi submetido, depois de se apresentar ao Florianópolis, apontou estiramentos em dois ligamentos do tornozelo esquerdo. Segundo ele, o problema não preocupa, e a previsão de recuperação é de uma semana.
- Dois ligamentos diferentes foram afetados, mas felizmente não é nada preocupante. Vou seguir com o tratamento e posso até ir treinando se a dor não estiver muito forte. Acredito que na semana que vem já estarei totalmente recuperado - disse.
A partir do dia 23, o Florianópolis disputará o Campeonato Sul-Americano de Clubes, em Mar del Plata, na Argentina.
- Espero estar pronto para jogar em nossa na estreia da competição - disse.
Bruninho se machucou durante o segundo set da semifinal, contra a Itália, quando Murilo caiu sobre o tornozelo do levantador.
Na quarta-feira, Murilo, eleito o melhor jogador do Mundial, teve diagnosticadas rupturas em dois ligamentos, uma total e outra parcial. Ele precisará usar a bota imobilizadora durante três semanas e fazer fisioterapia. O ponteiro se machucou ao pisar sobre um pé de um rival na vitória sobre Cuba, na final.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Primeira vez inesquecível: seleção lembra de fatos inéditos de suas vidas

Nascimento da filha, do neto, ouro olímpico e jogo do Flamengo são citados pelo elenco que vai tentar algo nunca conquistado: título do Mundial Feminino

O calendário está correndo. Mal acabou o Mundial de Vôlei Masculino, e já está quase na hora das meninas entrarem em ação. Daqui a 32 dias, a seleção feminina pode somar mais um ouro para a coleção. Depois de bater na trave em 2006, o elenco formado por José Roberto Guimarães tentará o título do Mundial pela primeira vez, a partir de 29 de outubro, no Japão. Para iniciar a contagem regressiva até o alto do pódio em Tóquio, o GLOBOESPORTE.COM pediu para o time lembrar de alguns momentos inéditos que foram inesquecíveis em suas vidas.
vôlei Paula Pequeno Fabi Ze Roberto
Assim como aconteceu na última edição do Mundial, Paula Pequeno está correndo contra o tempo para recuperar a forma. Se em 2010 uma lesão no tornozelo esquerdo atormenta o sono da ponteira, há quatro anos, um outro motivo bem mais agradável não a deixava dormir. Em junho, quatro meses antes da estreia na competição, nascia Mel, e foi essa lembrança que veio à sua cabeça quando foi questionada sobre uma primeira vez inesquecível.
- Com certeza, foi ter a minha filha. Um momento lindo da minha vida. Só quem tem sabe como é viver essa experiência, olhar para aquele rostinho pela primeira vez – disse Paula.
Dono da última palavra em quadra, Zé Roberto fica quase sem vocabulário quando começa a falar sobre algo que foi inédito em sua vida e até hoje lhe arranca muitos sorrisos. O motivo disso tudo atende pelo nome de Felipe, o neto que completou nove meses na última sexta-feira. Porém, o campeão olímpico com as seleções masculina e feminina, também não esquece das conquistas dentro da quadra.
- Sou um avô babão, né? (risos). O Felipe está um fofo, crescendo super bem. É lindo demais. Mas não posso esquecer de 1992. Subir ao alto do pódio olímpico pela primeira vez é uma sensação indescritível, com certeza.
vôlei comemoração Brasil 2008
O ouro olímpico foi a primeira lembrança da maioria das jogadoras. Sheilla não conseguia pensar em mais nada, além da sensação de subir ao pódio em Pequim, com a medalha pendurada no peito.
- Conquistar as Olimpíadas, depois de tudo o que a gente passou, teve um gosto especial para mim. Foi uma alegria, uma felicidade muito grande. Não consigo nem dizer o que senti direito naquele dia.
A emoção do pódio olímpico também foi citada por Fabi, mas a paixão flamenguista não poderia ser esquecida. Torcedora do Rubro-Negro e frequentadora assídua dos jogos do clube, a líbero lembrou da primeira vez que foi ao Maracanã. E não foi em qualquer partida: ela emprestou sua sorte ao time e deixou o estádio comemorando o pentacampeonato brasileiro.
- Sou pé quente, fui na final do Brasileiro de 1992. Lembro exatamente de cada detalhe daquele dia. Estava na arquibancada, com os meus amigos. Teve ainda aquela confusão de cair tudo (uma parte da grade cedeu, provocando um grave acidente), mas o que importa mesmo é que eu vi aquele time maravilhoso conquistando o título para a gente.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Rodrigão fala em inveja, e Giba afirma que time superou 'palhaçadas' na Itália

Jogadores lembram que italianos fizeram de tudo para que Brasil não fosse tri

Na bagagem de volta da Itália, além do troféu, um exemplo de superação. Nesta terça-feira, na chegada da seleção brasileira ao país, os jogadores tricampeões mundiais lembraram das dificuldades enfrentadas durante a competição. Pressão, empecilhos e torcida contra que foram deixados para trás. A sensação, para eles, é de terem vencido uma batalha, o que engrandece a conquista. Na opinião de Giba, foram "palhaçadas" superadas à base da raça.
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Que me desculpem o termo, mas enfrentamos algumas palhaçadas que precisamos falar. Como o fato do levantador, o Maurizio Latelli, que treinou com a gente e o time de Verona ser multado por causa disso. Ou o nosso preparador ter que correr atrás de academia porque os italianos achavam que a que a gente treinava era muito boa. Ou brigar no restaurante para que a gente pudesse ter as mesmas opções que as outras seleções tiveram. Essas dificuldades nós passamos lá e passamos juntos. Isso deixa o gosto melhor. Em nenhum momento tivemos dúvida de que seríamos campeões mundiais.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Declarações de Mário Jr são recebidas com surpresa por Giba e Dante

Jogadores disseram não saber do desabafo do líbero brasileiro, que afirmou com todas as letras que o mais difícil foi 'entregar o jogo contra a Bulgária'

Giba recebe o carinho dos fãs no aeroporto de Roma
A seleção brasileira jogou a fase final do Mundial tentando esquecer a derrota para Bulgária, quando foi acusada de perder propositalmente para pegar um caminho mais fácil. Após a conquista do tricampeonato, Mário Jr. afirmou abertamente que o momento mais difícil que viveu no campeonato foi quando precisou “entregar o jogo”. Nesta segunda-feira, no embarque da equipe para o Brasil, seu desabafo pegou o capitão Giba de surpresa.
- Sinceramente, não sei o que falar - disse o tricampeão mundial, bastante assediado pelos brasileiros que estavam no aeroporto de Roma.
O ponteiro pareceu custar a acreditar que seu companheiro havia dado tal declaração. Perguntou mais de uma vez quais tinham sido exatamente as palavras usadas pelo líbero, mas manteve o discurso de que era necessário poupar os titulares. Dante, que estava ao seu lado, também se mostrou incrédulo e concordou com Giba. Os demais jogadores não sabiam do acontecido. Sorriam e brincavam normalmente, sempre mencionando o triunfo da noite anterior. O técnico Bernardinho não estava com o grupo. Permaneceu na Europa com a esposa, Fernanda Venturini, e a filha, Júlia.
Longe dos microfones, alguns membros da seleção pareceram incomodados com a afirmação de Mário Jr. e lembraram que o líbero tem o hábito de se exceder. Após a vitória sobre Cuba, que garantiu o terceiro título consecutivo para o Brasil, o atleta afirmou que teve dificuldades para entregar o jogo contra os búlgaros.
- O momento mais difícil foi entregar o jogo contra a Bulgária. No começo, eu não consegui. Não sabia como fazer, nunca tinha feito isso na minha vida antes. A gente tinha esse objetivo mesmo, e foi superado. Antes de dormir, à noite, esquecemos e superamos. Jogamos de acordo com as regras do campeonato – afirmou Mário Jr, em entrevista ao SporTV.
Ainda na segunda fase do Mundial, na cidade de Ancona, o Brasil enfrentou a Bulgária no chamado “jogo da vergonha”. Já classificada, a seleção brasileira entrou em quadra sem seus jogadores titulares para duelar com os reservas búlgaros. O levantador Bruninho, com febre, deu lugar ao oposto Theo, já que Marlon, seu reserva imediato, ainda se recuperava de uma inflamação no intestino. No jogo em que o perdedor saia ganhando, o Brasil foi derrotado e pegou o caminho mais fácil.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Vissotto se destaca na fase final, supera críticas e dá ‘resposta na bola’

Campeão mundial em todas categorias, oposto iguala marca de Nalbert

Vissoto Brasil e Cuba Mundial Masculino de Vôlei
“Sou um jogador de momentos decisivos”, garantiu Leandro Vissotto depois da semifinal do Campeonato Mundial contra os italianos, quando foi o destaque na vitória do Brasil. A declaração do oposto foi em tom de euforia, que soava claramente como um recado. Dito e feito. Na grande final contra Cuba, na lotada Arena de Roma, mais uma vez ele brilhou. Foi seguro no ataque e eficiente no bloqueio. Impecável no triunfo por 3 sets a 0. Agora, deixa a Itália com a sensação do dever cumprido. Título no bolso, novo recorde pessoal e todas as críticas respondidas. Na quadra.
- Tem um foguinho que acende dentro de mim nas horas decisivas. Não consigo explicar o que é. Fui muito criticado, mas a resposta foi na bola - disse o gigante de 2,12m
Mas o Mundial não serviu apenas para mostrar sua força nos momentos de decisão. Com o título, Vissotto colocou seu nome na história do vôlei. Entrou para o seletíssimo hall de jogadores a obter títulos mundiais em todas as categorias: infanto, juvenil e adulta. Antes dele, apenas o eterno capitão Nalbert tinha conquistado tal feito.
- Só ele tinha conseguido isso no mundo. Igualar uma marca do Nalbert é uma felicidade imensa. Ele é um cara que ganhou tudo e é um prazer poder igualar alguma coisa que ele fez na carreira dele - afirmou o jogador.
O oposto teve um início irregular no Campeonato, atribuído por ele a um desconforto no calcanhar e uma gripe. Foi muito cobrado por Bernardinho em Verona, na primeira fase, quando não correspondeu às expectativas. Já em Ancona, fez sua primeira boa atuação. Contra a Polônia, pareceu ter “estreado” no Mundial. Mas só pareceu. Nos jogos da terceira fase, em Roma, abriu brecha para Theo e arriscou sua titularidade. Irritou-se, bateu boca com o técnico, quebrou a plaquinha durante uma substituição. Mergulhou num mar de críticas. Para a fase final, no entanto, jogou de forma mais vibrante. Fez a diferença na semifinal e foi fundamental na decisão.
Leandro Vissotto vôlei Brasil x Itália Mundial semifinal
- Não tinha mais perspectiva de jogar pela seleção. No meu segundo ano na Itália, pensei em me naturalizar. Mas tive uma oportunidade e abracei - contou Vissotto, com um largo sorriso no rosto.
A possibilidade de virar um ítalo-brasileiro passou pela sua cabeça em 2008. Com um currículo extenso de lesões, não era lembrado nas convocações de Bernardinho apesar de ser ídolo na Itália. Defendendo o Trentino, era destaque da equipe e do Campeonato Italiano.
- Conheci uma médica que me curou. Ela descobriu o que eu realmente tinha. Era um problema que passava pelo tornozelo. Me fez uma palmilha especial. As contusões acontecem, faz parte da profissão, mas sem a mesma gravidade. Vou até ligar para ela e agradecer – brincou o novo contratado do Vôlei Futuro, de Araçatuba.

domingo, 10 de outubro de 2010

No ensaio geral, Cuba está no pódio e Leon é ‘eleito’ o MVP do Mundial

Organização coloca bandeira da França no lugar mais alto durante teste para encerramento do campeonato. Brasil é 'esquecido' na encenação


No ensaio geral da organização italiana para o encerramento do Campeonato Mundial, na Arena de Roma, o Brasil nem apareceu no pódio. No lugar mais alto, estava a bandeira da França, seguida pela da República Tcheca. Curiosamente, o símbolo de Cuba, que disputa a final com a seleção brasileira neste domingo, às 16h15m (de Brasília), foi colocado no terceiro degrau. Na hora de “chamar” o melhor jogador da competição (MVP na sigla em inglês), novamente um representante rival: Leon, o jovem cubano de 17 anos.

Leon também foi “escolhido” para ganhar os prêmios de melhor sacador e maior pontuador. Os demais foram “dados” aos italianos: melhor atacante ao central Mastrangelo, melhor bloqueador ao oposto Fei, melhor líbero para Marra e melhor levantador, Vermiglio.

Italianos colocam Cuba no pódio no Mundial de Vôlei
Na final deste domingo, o Brasil joga pelo tricampeonato. Foi campeão em 2002, na Argentina, e 2006, no Japão. Cuba, por sua vez, tenta um título inédito. Até hoje, os caribenhos têm no currículo apenas uma medalha de prata, quando perderam a decisão de 1990 para os italianos, no Rio de Janeiro.

Brasil encara os cubanos para apagar as críticas e esticar dinastia com o tri

Seleção de Bernardinho disputa o ouro neste domingo, em Roma, às 16h15

Vôlei leandro vissotto brasil cuba
Na primeira fase do Mundial de vôlei, Brasil e Cuba mediram forças num jogo espetacular, vencido pelos caribenhos no tie-break. No meio do campeonato, eles poderiam ter se cruzado de novo, mas a polêmica derrota brasileira para a Bulgária mudou os caminhos e evitou o confronto. No campeonato em que a seleção verde-amarela virou alvo de críticas por perder de propósito, é preciso responder na bola. E agora não tem mais saída: neste domingo, às 16h15m, as duas seleções voltam à quadra na Arena de Roma. Em jogo, a medalha de ouro no Mundial.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Brasil atropela a Alemanha, garante vaga na semifinal e vai encarar a Itália

Seleção esquece os tropeços diante dos alemães na fase de amistosos e marca para sábado um duelo cheio de rivalidade com os donos da casa

Desta vez, não era amistoso. O Brasil entrou em quadra nesta quarta-feira para enfrentar a Alemanha e jogou para um passado remoto os dois tropeços na semana anterior ao Mundial. Com a vaga na semifinal em jogo, o cenário foi outro. Concentrada do início ao fim, a seleção de Bernardinho tratou de emplacar um 3 a 0, com parciais de 25/17, 25/20 e 25/19. E a partir de agora é que não vai ser amistoso mesmo. O adversário de sábado, às 16h, será a Itália, num choque para sair faísca valendo vaga na grande decisão.
Para avançar às semis, os italianos bateram a França por 3 sets a 1. O duelo de sábado transborda rivalidade. Como se não bastassem os títulos mundiais dos dois lados da quadra, os brasileiros reclamaram muito do regulamento “favorável” aos donos da casa, enquanto os italianos criticaram a polêmica derrota verde-amarela para a Bulgária.
Mário Jr Vissoto Bruninho Dante Comemoração Mundial de Vôlei
Antes do Mundial, o Brasil disputou três amistosos contra os alemães e perdeu dois. Desta vez, contudo, não houve fuso horário ou cansaço que atrapalhasse. Com boas atuações de Murilo e Leandro Vissotto, a equipe dominou o jogo do início ao fim, sem dar chance para os rivais.
- O time jogou bem taticamente, botando pressão, cometeu alguns erros. Foi bom encontrar um Vissoto mais participativo. Defendeu, largou bola, foi bem. Ele é interativo o tempo todo e forte no saque. O time como um todo teve altos e baixo, até porque eram quartas de final, tudo o que a gente viveu, mas foi bom. O Brasil se impôs e controlou o jogo contra uma forte Alemanha – avaliou Bernardinho, em entrevista ao SporTV após a partida.
Vissotto recebeu de Bruninho o primeiro ataque da partida. Jogou para fora, mas depois se redimiu com uma paralela. Em dois erros seguidos de ataque da Alemanha, o Brasil abriu 3/1. Os vacilos persistiam no lado alemão, enquanto a seleção brasileira tentava deslanchar no placar. O gigante de 2,12m tinha uma torcida especial. Um grupo de quatro torcedores gritava por Vissotto, que correspondeu com dois bons saques, atrapalhando a recepção alemã.
Murilo Munial de Vôlei
O Brasil foi à primeira parada técnica obrigatória com 8/4. Quando o marcador apontava 10/5, o técnico Raul Lozano pediu tempo para acertar o time alemão. Não deu certo. Perdendo por 12/6, tirou um dos seus melhores jogadores, o ponteiro Kromm, para a entrada de Kaliberda. Na segunda parada, a seleção já tinha 16/9. No retorno à quadra, Bernardinho fez a inversão de 5-1, colocando Marlon e Theo no lugar de Vissotto e Bruninho.
Um bloqueio de Murilo, que tem sido o nome do Brasil no Mundial, abriu ainda mais o placar: 19/11. Com 20/14, o técnico brasileiro desfez a inversão e, nos 23/16, Lozano voltou com Kromm. Mas já era tarde, seu time já tinha errado demais. E justamente de um vacilo alemão veio o ponto do set: 25/17.
A Alemanha continuou cometendo erros, para desespero do seu treinador. Raul Lozano fez várias substituições para colocar sua seleção no jogo, mas o máximo que conseguiu foi manter a diferença no placar em dois e três pontos. Na primeira parada técnica, o Brasil tinha 8/6, e na segunda, 16/14. O 17º ponto brasileiro surgiu de um belo rali. As equipes defendiam os ataques e devolviam a bola. Mas Rodrigão definiu quando parou Grozer.
O Brasil abriu depois de mais um vacilo do levantador Steuerwald, que cometeu dois toques. Um ace de Murilo fez Lozano parar o jogo. Os alemães esboçaram uma reação, mas Bernardinho fez a inversão de 5-1 que decidiu para o Brasil. Marlon sacou flutuante e dificultou a recepção do rival, que atacou para fora. Um golpe de vista de Theo encerrou o segundo set em 25/20.
Vissoto Mundial de Vôlei
O terceiro set teve um início semelhante aos anteriores. A Alemanha ainda errava, e Lozano já não sabia mais quem colocar em quadra. O Brasil, por sua vez, seguia com Murilo virando todas as bolas. Vissotto, que não tinha se apresentado bem contra a República Tcheca, desta vez correspondeu às expectativas. No retorno da parada técnica, um toque na rede do experiente Rodrigão irritou Bernardinho. O técnico, vendo o marcador apontar 11/9, esbravejou com o central, que se desculpou com um sinal de positivo.

Líder das estatísticas, o líbero Tille não conseguia pegar os ataques dos brasileiros. No 13º ponto da seleção verde-amarela, ele se irritou e bateu a mão três vezes no chão. A diferença, neste momento, era de três pontos. O 20º ponto brasileiro veio num ace de Bruninho, que vibrou muito. Bernardinho, sentado no banco de reservas, também comemorou. Com 23/20, o técnico fez novamente a inversão, mas o ponto que classificou o Brasil à semifinal saiu de Lucão. O central atacou e marcou 25/19, garantindo a vaga na semifinal.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Brasil sofre, mas joga para ganhar, bate os tchecos e fica perto da semi

Seleção vê o adversário abrir 2 a 1, mas vira e vence com tie-break arrasador

Desta vez, era para ganhar. A seleção brasileira entrou na Arena de Roma nesta segunda-feira para abrir a terceira fase do Mundial de vôlei e apagar a má impressão deixada após o “jogo da vergonha” contra a Bulgária. Ainda sob vaias, a equipe verde-amarela sofreu e carregou a valente República Tcheca até o tie-break, mas mostrou outra disposição, arrancou a vitória e ficou perto das semifinais. O triunfo veio com parciais de 25/20, 22/25, 23/25, 25/21 e um arrasador 15/8. Apesar dos altos e baixos na partida, os comandados de Bernardinho levantam a cabeça e pegam embalo para o jogo de quarta-feira, contra a Alemanha, último obstáculo antes da próxima fase.
Com a ansiedade em alta após a polêmica que se arrastava desde sábado, quando jogou sem vontade e perdeu para os búlgaros, o Brasil esteve tenso e errou mais que o normal nesta segunda. Mas contou com mais uma grande atuação de Murilo, maior pontuador com 25, além de performances sólidas de Dante e Rodrigão, para voltar ao trilho das vitórias. O jogo marcou ainda a estreia do levantador Marlon, recuperado de problemas intestinais.
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Alemanha e República Tcheca se enfrentam na terça, às 12h, e o Brasil volta à quadra na quarta, no mesmo horário, para fechar a terceira fase contra os alemães. O SporTV transmite a partida ao vivo. Satisfeito com a vitória, Bernardinho não deixou de fazer suas cobranças:
- O Brasil vai viver pressão sempre. É o mundo inteiro querendo ganhar da gente. Hoje senti a tensão em alguns garotos, outros seguraram melhor, é aí que os mais experientes têm que aparecer. Foi uma equipe de altos e baixos. Fomos voluntariosos, mas bobeamos um pouco. A ansiedade era grande e os erros se sucederam. É importante que tenhamos atenção sempre - afirmou o técnico, em entrevista ao SporTV.
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As vaias de Ancona seguiram a seleção brasileira até Roma. E dentro da quadra o time começou mal, ainda parecendo sonolento, cabisbaixo. A República Tcheca abriu 11/8 com um bloqueio de Vesely no ponteiro Dante. Na sequência, o Brasil acertou o contra-ataque e deixou tudo igual.

No 12º ponto, Rodrigão ergueu as mãos e olhou para cima. Finalmente, a seleção tinha a liderança no marcador. Quando Dante pegou Stokr na rede, Bernardinho aplaudiu do banco. O técnico tcheco, por sua vez, pediu tempo para conversar. A Arena de Roma incentivava os europeus e, quando os brasileiros iam para o saque, soltava a já esperada vaia. Mesmo assim, a equipe verde-amarela engrenou. Murilo estava consistente no ataque, e Rodrigão repetia a dose no bloqueio. O time não olhou mais para trás e fechou com 25/20.

A vaia agora tinha mudado de lado, e o Brasil contava com o apoio da sua pequena torcida. A República Tcheca sofria com o barulho, mas não deixava os rivais deslancharem no placar. Na primeira parada técnica, a vantagem era europeia, e no retorno à quadra o equilíbrio se manteve. Uma bola de segunda de Bruninho, que puxou a vibração dos companheiros no banco, deixou tudo igual: 12/12. Mas o adversário estava atento às investidas de Rodrigão e parou o central no bloqueio. Com 18/15 para os tchecos, o Brasil parou o jogo. Bernardinho, irritado, gritava com os seus comandados.

Quando o placar apontava 21/19, a inversão do 5-1 possibilitou a estreia de Marlon no Mundial. O levantador, que ainda se recupera de uma inflamação no intestino, entrou no lugar de Vissotto, e Theo no de Bruninho. Foi para o saque e sorriu. Enquanto o bloqueio do Brasil pontuava, a sirene apitou. O juiz voltou o ponto, para descontrole de Bernardinho no banco de reservas. O técnico pegou suas muletas e foi para beira da quadra. Bruninho também gritava. Mas de nada adiantou. Marlon retornou para o saque, e Murilo, enfim, fez o 20º ponto. O técnico Jan Svoboda, sentindo que o Brasil crescia, parou o jogo. Deu certo. Os tchecos colocaram mais dois pontos de vantagem e, com 25/22, mataram o segundo set.

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O terceiro set começou equilibrado, com as duas equipes se testando. Os europeus foram para a primeira parada técnica na frente, com 8/6. No 16º ponto, Vesely pegou Rodrigão no bloqueio e comemorou muito abraçado ao companheiro Tichacek. No retorno, Bruninho recuperou uma bola no outro lado da quadra e levantou para o central, que pontuou e também festejou bastante. O empate veio no saque de Murilo, que fez 18/18. O técnico Svoboda pediu tempo e quebrou o ritmo brasileiro, que jogou a bola para fora.

Com 20/18 para os rivais, Bernardinho pediu tempo. Falou com os jogadores, mas na primeira oportunidade Vissotto foi pego no bloqueio. Irritado, o técnico tirou o oposto para a entrada de Theo. Quando Giba entrou, com 22/19, a Arena foi um misto de vaias e aplausos. O ponteiro entrou no lugar de Rodrigão para sacar. Com 23/21, Sidão substituiu Bruninho para aumentar o bloqueio, mas Stokr conseguiu passar. O levantador retornou, e o Brasil diminuiu a diferença. Não foi o suficiente. A República Tcheca fechou em 25/23.

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O Brasil comandou o placar no quarto set. Com Murilo marcado, Bruninho passou a insistir com Theo. O bloqueio parou o oposto, que sentiu a pressão. Pela primeira vez no Mundial, Bernardinho se levantou e ficou parado à beira da quadra. Vendo que Theo estava saindo do jogo, ficou por dois minutos em pé, orientando o jovem jogador. A seleção colocou três pontos de vantagem no placar (16/13) e foi para a segunda parada na frente. A República Tcheca, usando seus centrais, diminuiu a diferença. Quando tinha 21/17, Bernardinho pediu tempo. Na sequência, lançou Marlon para sacar no lugar de Theo. Só no ponto seguinte trocou Bruninho por Vissotto. No banco, o oposto discutiu com o técnico e quebrou a placa de substituição ao jogá-la no chão. O Brasil ainda chegou a parar o jogo mais uma vez, mas conseguiu fechar em 25/21, após um bloqueio de Rodrigão.
No set decisivo, o Brasil entrou ligado. No primeiro ponto de Rodrigão, os jogadores se abraçaram e comemoraram muito. A seleção chegou a abrir 6/2 e, na virada de lado, vencia por 8/4. O 10º ponto veio num paredão de Theo, que fez a bola voltar na cabeça de Konecny. Na sequência, Murilo parou Tichacek duas vezes e fez o time explodir em vibração na quadra. Bruninho, roxo de tanto gritar, levantou o ponteiro. Àquela altura, o estrago estava feito, e os tchecos estavam entregues. Bastou manter a cabeça no lugar e, com um erro de saque de Vesely, fechou a partida: 15/8.

domingo, 3 de outubro de 2010

Revoltados com a atuação do Brasil, torcedores pedem seus euros de volta

Público protesta diante das bilheterias vazias do ginásio Palarossini

Por Carol Oliveira Direto de Ancona, Itália  
Búlgara com ingresso na mão após a partida do Brasil no Mundial de Vôlei
A indignação com a atuação do Brasil na derrota para a Bulgária, no último jogo da segunda fase do Campeonato Mundial, não se resumiu a vaias. Após levantar cartazes, virar as costas para a quadra e até passar dos limites jogando objetos na direção dos jogadores, o público italiano continuou os protestos do lado de fora do ginásio Palarossini, na cidade de Ancona. Revoltados com a falta de disposição dos brasileiros, italianos e até búlgaros correram às bilheterias e pediram seus 40 euros (cerca de R$ 95,00) de volta.

- É muito justa essa atitude - disse a búlgara Stanimira Yaneva.

Os pedidos, no entanto, foram em vão. Com as bilheterias vazias e escuras, não havia ninguém para ouvir as reclamações, por mais que se gritasse. O protesto foi apenas simbólico, mas não menos enérgico por isso.

- Não foi um jogo. Foi uma vergonha. Eles não jogaram. Enfrentaram um time quase juvenil da Bulgária. Eles são os atuais campeões mundiais, número 1. O Brasil tinha que vencer porque tem condições de vencer qualquer um - afirmou Yaneva, integrante da minoria búlgara entre os 6.050 pagantes.

Ciente da cobrança dos torcedores, Bernardinho admitiu que a situação passou longe do ideal. O técnico alegou que não poderia arriscar jogadores com o Bruninho e Murilo.

- Compreendo a situação. Foi uma partida feia. Sinceramente, estou me sentindo muito mal por isso - afirmou.

Cartaz de protesto no jogo do Brasil no Mundial de Vôlei
Na partida de sábado, o Brasil jogou sem o ponteiro Murilo, poupado, e o levantador Bruninho, que amanheceu gripado. Bernardinho precisou improvisar Theo como levantador. Sem disposição de vencer, a equipe verde-amarela foi atropelada e deixou o ginásio sob vaias e protestos.

Com o resultado, a Bulgária ficou com a liderança do grupo, e o Brasil avançou para enfrentar na terceira fase Alemanha e República Tcheca, rivais teoricamente mais fáceis do que Cuba e Espanha, que estariam no caminho verde-amarelo em caso de vitória. Além disso, a equipe não terá de passar por Florença e vai direto para Roma, que também será o palco das semis e da final.

sábado, 2 de outubro de 2010

Professor se veste de mascote nas horas vagas e ‘joga junto’ no Mundial

Mariano Campolini, de 30 anos, se fantasia de Volly e improvisa em quadra

Por Carol Oliveira Direto de Ancona, Itália
Mascote Volly no Mundial de Vôlei
Professor de informática de formação, o italiano Mariano Campolini tem tido uma tarefa um pouco mais divertida nas horas vagas. Depois que se despede dos alunos no curso, se veste de Volly, a mascote do Campeonato Mundial de Vôlei, e “joga junto” com as seleções. Na cidade de Ancona, onde o Brasil disputa a segunda fase, ele dança para a torcida do Palarossini e cumprimenta os jogadores.
- Sou voluntário no campeonato. Estou adorando. Os jogos batem direitinho com os horários do meu trabalho, então estou conseguindo conciliar bem - explicou o “Volly”.
O ápice da sua apresentação é na entrada das equipes. Mariano, já com roupa azul de pássaro com o nome da mascote nas costas, se posiciona em quadra. Espera o narrador chamar o nome dos jogadores e toca na mão de cada um, como se o Volly fosse um membro do time. O rebolado com as músicas, principalmente “Y.M.C.A”, do grupo Village People, é um show à parte.
- Desde a primeira partida, cumprimento os jogadores. Eles não pareceram se importar, e não parei mais. Faço em todos os jogos. A dança eu improviso. O que me vem na cabeça eu faço - contou o professor, que completou 30 anos no mês passado.
Mariano Campostini  mascote Volly no Mundial de Vôlei
A tarefa divertida, no entanto, é muito mais cansativa. Aguentar o calor de 30º graus e os 10 quilos da fantasia não é para qualquer um. De acordo com Mariano, só mesmo o amor pelo vôlei compensa.
- Os jogadores me tratam super bem, brincam comigo o tempo todo. Sem contar a torcida, que sempre quer tirar foto. É engraçado. Todo o esforço de suportar o calor e o peso vale a pena quando a gente está perto do que gosta, e eu amo o vôlei.
Após vencer a Polônia na última quinta-feira, na estreia da segunda fase do Mundial, o Brasil está de folga. Segundo a programação, a seleção brasileira faz um treino na parte da tarde. Volta à quadra no sábado, às 16h (de Brasília), para enfrentar a Bulgária pela liderança do grupo N. Se terminar em primeiro, segue para Florença, onde pode duelar com Rússia e Cuba. Com a classificação em segundo, pega estrada para Roma - sede da final - e, provavelmente, encontra com Alemanha e República Tcheca.